Caos
- M Coach4You
- 19 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

A maior parte das empresas organiza-se em torno das competências e não das funções. Em torno das pessoas e não das responsabilidades. O resultado é quase sempre caótico. Quando um pequeno negócio se desenvolve em torno das competências das pessoas, este torna-se prisioneiro delas.
O empresário quando encontra uma pessoa qualificada, competente e muito criativa, um verdadeiro intraempreendedor, fica como se estivesse encontrado um tesouro. Mas esta alegria durará apenas enquanto este funcionário continuar a trabalhar na empresa. Quando este colaborador sai da empresa, leva com ele todo o seu conhecimento e novamente o pobre empresário volta a estaca zero.
Neste tipo de desenvolvimento cada um manda um pouco ou ninguém manda nada. Todos se revezam em funções que nem sequer possuem nomes definidos. E se não fizerem tudo, afinal quem vai fazer? É justo dividirem as tarefas. Mesmo assim o negócio cresce e as tarefas diárias também, há mais trabalho do que os proprietários e os poucos funcionários podem executar. Mas o negócio cresce. Então contrata-se mais funcionários. E o negócio cresce mais. Mais funcionários são contratados. Agora todos abrem a empresa, atendem ao telefone, fazem pedidos, fazem serviço de banco, revezam-se, revezam-se, revezam-se.
O incrível é que a partir de certo ponto os clientes começam a reclamar da qualidade e do atendimento. Começam a ocorrer furos na função financeiro, começam a faltar mercadorias, os vidros estão sujos, a torneira está pinga e ninguém repara, as mesas vivem sujas e desorganizadas, o piso é mal varrido, os funcionários começam a esbarrar uns nos outros, os problemas de relacionamento são corriqueiros, as explosões de mal humor sucedem-se, mais ninguém respeita os horários, todas as semanas alguém falta. Mas a quem vão dizer o que está ocorrendo? Quem são os responsáveis? Quais são os culpados pelas falhas nos serviços operacionais? Se existem sócios, quem é que está no comando? E quando os sócios dizem coisas diferentes? Quando um funcionário precisar de um vale a quem ele deve pedir? O cliente fez uma reclamação, quem trata da correção? Quando as contas não fecham, quem resolve o problema? Quando é preciso limpar o chão, as janelas, as mesas, o wc, abrir a empresa, cuidar do cliente, da qualidade da comida, quem responde por tais tarefas?
Sem uma estrutura organizacional, tudo fica ao sabor da sorte, dos sentimentos, da personalidade e da boa vontade dos funcionários.
Infelizmente sorte, sentimentos, personalidade e boa vontade não são os únicos ingredientes de um negócio bem-sucedido. Na realidade, esta é a receita para o caos e o desastre.
Empresas organizadas á volta de pessoas, ficam nas mãos de bons ou maus funcionários.
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