Plano de negócios
- M Coach4You
- 20 de nov. de 2017
- 5 min de leitura
Um plano de negócio é um plano de estruturação de um projeto com o objetivo de delinear todos os meios necessários à concretização de um negócio. Este plano deverá ser o mais sintético possível onde devem estar descritos todos os recursos necessários à sua concretização.
Para iniciar um negócio é preponderante executar um bom plano de negócio, para melhor o gerir, encarando como uma ferramenta de avaliação do projeto ao longo das várias fases de execução. O principal destinatário do plano de negócios é o empreendedor, muito embora poderão ser alvo possíveis investidores no negócio.
Segundo o IAPMEI (s/d, p.1), “O Plano de Negócios é o principal documento de estruturação de um projeto empresarial. É a base de apresentação desse projeto a interlocutores externos, com destaque para investidores como a banca, empresas e parceiros, bem como sociedades de capital de risco ou outros investidores. Elaborar um Plano de Negócios força o promotor a refletir, sistematizar, planear e orçamentar sobre a oportunidade de negócio detetada”.
Em resumo, o plano de negócios é um documento que sistematiza os objetivos estratégicos de uma organização ou projeto e o respetivo plano de ação, devendo ser utilizado para acompanhamento e controlo, comparando projeções e resultados, analisando desvios e ajustando operações e atividade em consonância.
Algumas das caraterísticas que devem constar num plano de negócios são a simplicidade dos factos, a objetividade na descrição dos objetivos e planos de ação, numa vertente realista e completa, não deixando margem para dúvidas ou questões.
Segundo Abrams (2003), um dos pontos a destacar no tocante às potencialidades de um plano de negócios passa pela oferta ao gestor de um conjunto de ferramentas que fomentam o alcance dos objetivos de longo prazo, tendo como foco as atividades do negócio aliadas a aspetos financeiros do mesmo, permitindo antecipar e evitar obstáculos suscetíveis de prejudicar a viabilidade do projeto e ainda expandir novas direções – mais lucrativas.
Abrams (2003) destaca ainda que a elaboração de um plano de negócios dá a conhecer a indústria e o mercado em que se insere o negócio, já que exige uma pesquisa para conhecer alguns aspetos como as necessidades ou preferências do público-alvo, permitindo tomadas de decisões cruciais tendo em conta a atividade e a maximização dos recursos disponíveis.
Outra potencialidade relevante da elaboração de um plano de negócios passa pelo controlo tido sobre o negócio, uma vez que são utilizadas várias ferramentas advindas de diferentes áreas, que oferecem ao gestor uma visão aprofundada sobre todas as vertentes. O marketing fornece
informação sobre o mercado, indústria e concorrência. Na área das operações, consegue obter-se informação respeitante a fluxos de trabalho, procedimentos técnicos e avaliação. Na perspetiva financeira, o gestor obtém projeções de fluxos, pontos de equilíbrio, entradas e saídas de dinheiro, dando uma imagem realista da situação.
O foco nas diferentes áreas e perspetivas proporciona alcançar uma vantagem competitiva através da avaliação e definição do conceito do negócio e por via do planeamento, sustentando de forma mais rigorosa as decisões importantes para o futuro da empresa.
No tocante às implicações, Costa (2013) afirma que o plano de negócios deve ser considerado um instrumento racional, seguindo uma estrutura organizada e princípios lógicos, exigindo-se uma flexibilidade relativa inerente das próprias condições e variáveis contextuais em que emerge. Neste sentido, deve ser um documento claro, factual e objetivo, salienta o mesmo autor. Baron e Shane (2007) ainda acrescentam que este documento deve ser construído de forma ordenada, persuasiva e sucinta.
Um plano de negócios deve dar a conhecer o seu projeto aos potenciais investidores de forma eficaz. Como tal, este documento deve basear-se nos chamados 4 “M’s”:
Magia (Magic) – O investidor tem de visualizar e estar comprometido com o projeto do empreendedor. O plano de negócios tem de o convencer que a sua oportunidade de investimento não se baseia apenas em previsões, mas sim numa solução exequívelaum problema ou oportunidade existente. O Promotor tem de ser o primeiro a mostrar que acredita no projeto.
Equipa de Gestão (Management) – “O investimento está no ‘jockey’, não no ‘cavalo’!” Esta metáfora significa que a qualidade da equipa de gestão é um dos indicadores mais importantes de um investimento, potencialmente bem-sucedido. Deste modo, o plano de negócios tem de convencer o potencial investidor que a equipa de gestão (Diretores Executivos/Principais Gestores) está empolgada, preparada e que será capaz de implementar a estratégia delineada. O projeto tem de envolver as “pessoas certas” e “capazes” de avançar e fazer crescer o mesmo.
Mercado (Market) – Nenhum negócio subsiste sem clientes. Nesse sentido, a pesquisa apropriada e a compreensão e seleção de uma indústria, mercado e clientes-alvo são importantes para o potencial sucesso de uma empresa, ou seja, convirá efetuar previamente um estudo de mercado. O plano de negócios tem, assim, a tarefa de convencer o investidor de que o mercado alvo é grande ou está a crescer, e que existe um plano sólido para conquistar e manter uma quota de mercado significativa.
Dinheiro (Money) – É como base na viabilidade do negócio, que o investidor toma a decisão de investimento. Sendo assim, o plano de negócios tem de o convencer que a estratégia financeira adotada se baseia em pressupostos sólidos e comprovados, que o preço da empresa está correto e que existirá um Retorno sobre Investimento significativo. Ou seja, que iremos rentabilizar o dinheiro investido.
Devemos ter sempre em consideração que o plano de negócios é um documento para quem o lê, e não para quem o faz. Pelo que deveremos ter em consideração as seguintes caraterísticas:
Simplicidade – A simplicidade num plano de negócios tem por objetivo assegurar a transparência da mensagem, facilitando a compreensão de um modo geral;
Objetividade – A objetividade é uma mais-valia apreciada num plano de negócios. O sucesso do plano medir-se-á pelo número de respostas e soluções que oferece face às perguntas que gera.
Realismo – O plano deve ser elaborado de modo a evidenciar o desenvolvimento da atividade por forma a que se harmonize com as circunstâncias macroeconómicas e setoriais;
Estrutura – Não existe um índice definido e rígido, a elaboração de um plano de negócios deverá “contar a história” do projeto.
O plano de negócios deve permitir a análise da ideia, o seu potencial de implementação dos pontos de vista comercial e financeiro. O objetivo do plano de negócio é o de favorecer a tomada de uma decisão tão importante como a de investir. Sabemos que o dinheiro é um bem escasso e como tal tem de aplicado da melhor maneira possível.
O plano de negócios tem como objetivo captar o seu público-alvo (investidores, financiadores, fornecedores, clientes e outros), pelo que deve ser simples, objetivo, realista e completo de forma a atingir os resultados esperados pelo empreendedor.
Podemos então definir como principais objetivos do plano de negócios:
Permite testar a viabilidade de um conceito de negócio;
Orientar o desenvolvimento das operações e estratégia;
Captar e atrair recursos financeiros que viabilizem o projeto;
Obter financiamento para um investimento em concreto;
Servir de base a um planeamento estratégico interno;
Transmitir credibilidade; e
Desenvolver a equipa de gestão.
O plano de negócios é um documento que deve ser completo, estruturado e ao mesmo tempo sucinto.
Existem diferentes possibilidades para estruturar um plano de negócios. Mas Podemos considerer a seguinte estrutura de um plano de negócios:
Sumário Executivo;
Apresentação da Empresa;
Análise do Meio Envolvente;
Análise do Mercado;
Estratégia da Empresa;
Plano de Marketing;
Plano de Organização e Recursos Humanos;
Plano de Operações ou Produção;
Plano Económico-Financeiro.
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