Gratidão(IN)

Diz uma antiga lenda judaica:

Um homem condenado à morte e que ia ser apedrejado viu os seus carrascos atirarem pedras. O réu suportou o castigo em silêncio. Nem um grito. Compreendia que a desgraça o tinha atingido e os seus gritos de nada iriam servir.

Entretanto passou por ali um homem tinha sido seu amigo. Pegou numa pedra pequena e atirou-lhe com ela.

Então o condenado, atingido pela minúscula pedra, deu um grito estridente. O rei, que assistia a tudo, ordenou que um de seus lacaios perguntasse ao réu o porquê daquele grito perante ter sido atingido por uma pedra tão pequena quando, afinal, já tinha sido atingido por pedras bem maiores, e nem sequer tinha soltado um gemido.

O condenado respondeu:” as pedras grandes foram atiradas por homens que nem sequer me conhecem, por isso estive calado. Mas a pedra mais pequena foi atirada por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei. Lembrei-me da sua amizade nos tempos em que era feliz. E agora vi o quanto ele é feliz perante a minha desgraça.”

O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo que mais culpado do que ele era aquele que abandonava o amigo na desgraça.

A lenda dá-nos conta de quanto dói a ingratidão de um amigo, de um filho, de alguém próximo. Naturalmente, quanto mais estimamos e confiamos em alguém, mais nos atormentará a sua ingratidão.

É importante, pois que examinemos as nossas próprias ações, observando se não somos ingratos. Em especial com aqueles que nos deram a sua amizade, por longos e longos anos.

Se alguém te retribui com a ingratidão o bem que doaste, não te entristeças (é mais fácil escrever ou dizer do que fazer!!!), pois ela é um dos mais graves enganos que alguém se pode permitir.